Estudo descritivo realizado no município de Olinda, Nordeste do Brasil, durante o ano 2002, com o objetivo de diagnosticar a situação do Programa de Alimentação Escolar Municipal. População de estudo constituída de uma amostra probabilística de 646 estudantes, representando 25% das escolas municipais. A coleta de dados se realizou utilizando questionários pré-codificados, para traçar quatro perfis de estudo: escola, merendeiras, estudantes e consumo de alimentos. A avaliação da Capacidade de Processamento da Merenda Escolar foi avaliada como regular; sendo os itens área de cozinha, refeitório e equipamentos auxiliares classificados como os piores. O Programa carece de atividades complementares, que lhe permitiriam maior desenvolvimento e possibilitaram melhorar ascondições nutricionais. Na avaliação do perfil das merendeiras ficou constatada a falta de preparação para exercer a função, fato que se reveste de maior significado se considerado o baixo nível de instrução geral. Não se evidenciaram graves problemas nas condições gerais da cozinha quanto à iluminação, água, circulação do ar, dentre outros. Os alunos são oriundos de uma classe desfavorecida da população, que se caracteriza pelo desemprego dos pais ou empregos de baixos salários e famílias numerosas. A merenda é bem aceita, não obstante muitos estudantes compram alimentos de baixo valor nutricional no ambiente escolar. Não são comuns os comentários e sugestões dos estudantes sobre a merenda, nem conversas sobre formas corretas de alimentação; isto é pior no ambiente escolar. Os alimentos consumidos não atingem os valores nutricionais recomendados, sendo o Cálcio e a Vitamina A os nutrientes mais afetados. O trabalho constitui uma experiência bem sucedida na avaliação de Programas Descentralizados de Alimentação Escolar no Brasil. Os problemas encontrados exigem respostas urgentes para o resgate do programa.