RESUMO: Neste trabalho, tratamos da merendeira, profissional responsável pelo preparo da alimentação escolar das escolas públicas brasileiras, a qual exerce um papel fundamental no atingimento dos objetivos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), como contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, para a aprendizagem, para o rendimento escolar e para a formação de hábitos alimentares saudáveis dos estudantes. Apesar da importância da merendeira para esse Programa, o potencial educativo dessa profissional é, muitas vezes, invisibilizado e não reconhecido no âmbito escolar. Diante disso, este estudo teve como objetivos averiguar quais são os documentos e as iniciativas desenvolvidos pela gestão federal do PNAE que envolvem a merendeira e se eles podem contribuir para a (des)valorização de sua profissão e para a sua manutenção como sujeito não participante das decisões no âmbito escolar, reforçando sua posição de subalternidade. A análise documental nos permitiu verificar que o PNAE possui arcabouço legal para fortalecer e valorizar os papéis das merendeiras, especialmente no que se refere à função de educadora. Porém, os resultados dessa análise sugerem que as ações ficam voltadas para o âmbito da inscrição no discurso oficial mais do que no da representação/representatividade, o que pode contribuir para o desprestígio social da merendeira e a consolidação de sua função enquanto sujeito subalterno.